segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

NESSAS HORAS





















Tanto sol quanto palavras vazias
fervilhando cada novo traço da minha cabeça
Cabeça cansada dos mesmos olhares
das mesmas promessas desse dia. 
Dia comum.

Não. O relógio não tem poder e magia.
Não nessa realidade 
medíocre e sem encanto.

Coincidência. Olho pro pulso.
Já não me importa que horas são.
Ah... tanta oração.

Desejos e juras
de vida curta.
Bater de asas da borboleta.

Desejos e juras
de memórias efêmeras.
Até quarta-feira.

E o que permanece intacto nesse rodopio de mesmisse?
Sol ardente e palavras vazias sem fim.
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Fernanda de Lima Almada 
31 de dezembro de 2012
12:26h

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Vi-vendo!




















A Terra e seu movimento enganador
fechou meus olhos ou apagou o sol
na confusão de uma noite quente e longa
sem lembranças.... cheiro ou oscilação...
O tempo de ontem e hoje ainda não sei
e aperta a garganta se me obrigo a entender...
O segundo mesquinho em que acontece
A lágrima que vem
Mais um instante que vai...
E estou aqui...
...ainda estou aqui!



06 de dezembro de 2012
12:40h


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sábado, 1 de setembro de 2012

O cerco



















Sinto o gosto amargo do tempo
fitando o cheiro livre do acaso
enquanto bebo o brilho da estrela
através da fumaça que exalo
e vejo em seu desenho a ruína
de cor gelada, fenda mesquinha
em que jorra o sangue do horror
do pesadelo do não dito ao olhar
da pena arrancada a escapar,
do torpor...
...em cena - sopro e pavor.



Fernanda de Lima Almada 

01 de setembro de 2012
22:28h
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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

{Olhos abertos}
























Olhos abertos
Dia claro.
Descubro-me
tentando encontrar
no olhar meu reflexo
e o desejo de ser eu mesma.



Fernanda de Lima Almada


Araxá, 06 de agosto de 2012

07:28h
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domingo, 5 de agosto de 2012

FALTA
















Enquanto constrói
é o valor
ilumina
Brilha em mina o Amor que destrói
minha sina
a saudade que corrói
com vento que uiva na janela
na parede... uma cela!
Congela... 
memória que in loco aquece 
ponte ainda muro
sem você triste aqui padece...




Fernanda de Lima Almada
Araxá, 05 de agosto de 2012
20:06h


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sexta-feira, 20 de julho de 2012

Estreit-ando














Sorri e sangra meu coração fraco...
Lamenta o breu onde se escondeu
sem procurar pela fórmula maior
no desejo de ser indispensável
e entre rodopios e uivos doces
encontra em seu cuidado e carinho
o fazer arte nesse cinza abstrato
com cores de confiança e verdade.

Giros do sol e da lua
te trouxeram e levaram de mim
deixando o rastro iluminado
a florir minhas lembranças...
a sorrir.

Ser forte - aí, lá, aqui -
em qualquer caminho [ou] entre.

Você deixou de si em mim para sempre.
Sentimento real.
Foi e continua a ser fundamental.

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Feliz Dia do Amigo

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Fernanda de Lima Almada

20 de julho de 2012
19:16h
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sexta-feira, 15 de junho de 2012

Fér[i]as no Ninho
























Na estrada da solidão caminho
e não, não penso em voltar
Ainda que movida pelo vinho
encantos do ar... brilho do altar.

No espelho do tempo, imperfeição
que não, não queria existir
mas a cicatriz profunda é paixão
como força da orquídea a florir!

Vejo um suspiro ou um bocejo
mas ninguém prevê esse sorriso
que aqui encontro... no paraíso!

Ouço o vento que suplica o beijo.
Não sei se é sono ou embriaguez
mas quero sentir isso até o fim do mês...


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Fernanda de Lima Almada 

15 de junho de 2012
22:32h

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Sorte
















Volúpia em forma de ondas
não raras com seu vai e vem
de gosto salgado e visão doce
compõem movimentos ainda além.

Sobre a rocha e membro rígidos
No canto, encanto em alma de flor
e corpos entrelaçam nessa dança
de sedução, toque e calor.

Exibe suas curvas, o umbigo,
o tufão da morte que trapaceia
na magia do cabelo molhado

E penso em silêncio comigo:
"Sorte sua, mulher sereia,
não ter c* para ser procurado."


      Fernanda de Lima Almada 
     11 de junho de 2012
     09:32h


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quinta-feira, 7 de junho de 2012

Aridez












A transcrever o humor do dia
só a chuva compõe a melodia
e preguiçosa... a vida umedece
Tece
Aperta o nó da corda do tempo
e não alcança minha garganta
que permanece seca.


Fernanda de Lima Almada

07 de junho de 2012
13:34h

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Sinto em cinco















E com esse calor outonal
sinto verão na proximidade de inverno.
Inferno?!

Estações flutuantes
mal traçando o tempo no curso do trem
Entre sóis, folhas secas, poeira e orvalho
na lógica do inconsciente que não se vê...

Vendaval do qual não se pode fugir...

Leva ao passado e lembra
o engano do encontro desconcertado
que está lá longe e foi ontem
na estrada em looping de [r]evoluções.

Tempo que tivemos e hoje contamos cinco!
Com coração quente que derrete do corpo o gelo
vivendo esse sonho que com você eu sinto
quando brincamos e brindamos as primaveras...

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Fernanda de Lima Almada


04 de junho de 2012
15:42h


{Cinco anos construindo o Amor...}

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sábado, 5 de maio de 2012

LUA
















Brilha e desenha curvas... sombras
entre a névoa tácita e pálida
e reflete o sonho na imagem
em viagem...
Miragem.


Segura o olhar e o arrepio...


Pede uivos pra quebrar o silêncio
que corta essa ventania rouca
Louca
ao seu modo 
Eu - sem medo -
guardo do encontro a recordação
em vão...


Lua é lembrança que reluz solidão.






                  Fernanda de Lima Almada


                    * Perigeu da Lua -> 05 de maio de 2012
                    22:04h
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quinta-feira, 19 de abril de 2012

A-COR-DAR





















É cedo.
Salta! Levanta! Acorda?

a corda.


Certifica que seu pescoço 
só exibe brilho do adereço
que traduz em mal começo
a escuridão do corpo colosso
a reinvenção da vida ao contrário
e a saudação do eterno retorno


...fútil, estéril, inútil.


Une os pontos
Fecha as portas


Silêncio. 


O gosto do desejo hoje é amargo
acre. Desejo por ter que desejar.


Vibra com os contornos acinzentados
que se dissipam em segundos no ar


É preciso acordar...
A-COR-DAR.


A-corda.


E há de ser visto como lamento...
Enquanto vívido... é sofrimento.


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                           Fernanda de Lima Almada 
                          19 de abril de 2012
                          21:35h






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quarta-feira, 18 de abril de 2012

De passo em passo
























De passo em passo
Peço
Traço
Torço
Parto
Cato
Taco
Foco
Troco
Mas nunca corto, 
nem por um triz, 
esse mal pela raiz.


¬¬'


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              Fernanda de Lima Almada
              18 de abril de 2012

              19:35h



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terça-feira, 17 de abril de 2012

A caneta aqui















A caneta aqui
preenchendo o vazio da mão...

O papel ali
rejeitando essa nossa solidão...

E o choro brando
...em branco.




                               
Fernanda de Lima Almada 
                             17 de abril de 2012
                             16:24h

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domingo, 8 de abril de 2012

HUPOKRISIS
















E nem mesmo as pedras e o bronze de Talo
ferem a dor e a letargia desse estranho luto
que ecoa e transcende enquanto eu luto
e observo cada derrota máxima que talho
enquanto finjo o sorriso do bem...
enquanto sangro o coração... e além...




                                       Fernanda de Lima Almada 


                                       08 de abril de 2012
                                       21:42


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sábado, 10 de março de 2012

Ar A Me Achar...















Há algum tempo venho pensando na sorte
e, certa vez, escrevi em meu livrinho de vida
sobre o desejo de viver e junto sonhar...


Quando, há um ano, você me encontrou
fui capturada, como faz um conto encantado
ao gotejar a dificuldade do que é real
com a sutil e leve suavidade da fantasia...


E entre os sonhos de sorte de vida livre
habito e persisto nessa terra de água mágica
aguardando o sopro fresco do amanhã
a trazer o sabor de ser livre de mim mesma. 




                                Fernanda de Lima Almada 
                                  10 de março de 2012
                                  21:32h

{Ao Aniversário da Mamãe}











{Primeiro... só pra descontrair...} 



Mamãe reclama desse português difícil de acertar o pronome
e de toda regra gramatical que nossa cabeça consome!
Mamãe fala e conta cada detalhe do que ainda não tem nome...
mas, também, pudera! Mamãe nasceu no "Dia do Telefone"!


       {Não resisti depois que soube que 10 de março é "Dia do Telefone"... rs...}
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Mamãe...


Queria saber dizer o que o coração esconde...
Ele que espera, como a senhora, ser tão forte...
para superar cada dia, sem "quando" ou "onde"
curando as dores e as feridas de toda sorte...


A senhora que traça com as mãos da delicadeza
a sensibilidade que se encontra com a natureza
na incrível arte de criar, cuidar e amar!


Mulher guerreira, que na batalha da vida
resgata a esperança já quase perdida...
e inspira a força, o trabalho e (re)construção...


Não consigo escrever sem encontrar uma lágrima...
porque cada um desses versos contem uma página
do que aprendi com sua vida de dedicação.


Posso parecer, às vezes, fria ou distante
mas não deixo de pensar, nenhum instante,
sobre o quanto nossa existência é sua felicidade...
Foi ontem... e será em qualquer idade!


Parabéns, Mamãe, por mais esse ano e esse dia...
e que todos comemoremos, com muita alegria,
muitos outros ciclos de estações que ainda vão se completar!


E quando olhar o por do sol alaranjado
entre as montanhas e árvores, aí do lado,
não se esqueça de me dizer, em pensamento,
que "é bom pra desenhar" esse momento...
para, desse nosso jeito, tudo e tudo podermos eternizar!



                                                 Fernanda de Lima Almada
                                                   10 de março de 2012
                                                   20:22h

terça-feira, 6 de março de 2012

Amor e Loucura



















Essa triste ausência de ti
aumenta minha distância de mim...
que caço com todas as armas
o tiro certeiro na agonia sem fim...

E nessa tarde que ensurdece em calor
sinto seu cheiro em meu banho, o frescor...
Mas quando ouço sua voz, entre o canto do rouxinol...

Ok. Hoje providencio meu haldol.

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Fernanda de Lima Almada

06 de março de 2012
16:23h





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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

[Quero um papel bem grande]













Quero um papel bem grande
pra caber as cores do meu pensamento
com sobra pro que ainda não veio
entre as mil sutilezas e mistérios
de meu universo infinito. 





                                      Fernanda de Lima Almada

                                     21 de fevereiro de 2012
                                     22:48h

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Arrebento a porta da estrada















Arrebento a porta da estrada
e essa pontada na aorta.

Procuro, aperto, perco
Não capturo a jornada.

Escondo, conto, peço
Não passa.

Mente sã, não lida
procura solidão.

Triste universo encontrado
sem guia, gasto.
Não há rastro.






                                     Fernanda de Lima Almada

domingo, 29 de janeiro de 2012

{Chuva e vento completam a melodia}














Chuva e vento completam a melodia
- o Encanto -
de sua respiração que,
como um canto,
ressoa
enquanto dorme
aquecido
em meu coração insone...




                                                   Fernanda de Lima Almada