domingo, 10 de abril de 2022

Depois de "Dos buracos de tantas outras"

 












Meu rosto orvalhava emoção de me ler
quando o Sol se escondeu e fez chuva.
O vento me abraçou na varanda 
(Tive que salvar as páginas das gotas serelepes)

Já quase se pondo; tímido atrás das nuvens,
aquele ofereceu seus últimos raios de dia aos pingos que despencavam.
Esperei pelo arco-íris
que ligeiro se fez real
                           (aqui dentro).

Logo já se encantou a noite
e a luz dos homens não acendeu. 
   (A vida na roça tem desses presentes...)
Era pra ver melhor; eu sei.

Acendi velas
que ainda iluminam meus dedos no lápis
e as palavras que surgem nesse papel
e me aquecem
e me aconchegam
e me amparam de "encontrar reflexos desagradáveis de ser".

Sob luz das velas transmuto
                            _transdigo_
                            _transgrito_
as vozes que pude (me) ver
quando te vi,
                 senti,
                  ouvi
sendo única
e sendo todas nós.

Obrigada, Carol.
🙏🏻❤️
_________
Fernanda Almada
Uberaba/MG
9 de abril de 2022
19:33h

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