quinta-feira, 24 de outubro de 2013

SILÊNCIO






















Não é chuva o brilho 
e o estrondo em sequência.
É demência.

Lá longe o cachorro late
Ali no bar, um combate
- uns correm e o outro apita.

O carro passa, 
a música fica
e as pedras cantam
A vizinha grita.

E inquietude é aqui:
Trêmula, 
Falta-lhe o ar
Não sabe onde pode estar.

Tenta, mas não, não esquece.
É o pensamento que ensurdece.
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Fernanda de Lima Almada 
24 de outubro de 2013
00:45h

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

MAIS VELAS






































Mais linhas no reflexo
Vôo baixo.

É muito quanto
pra pouco quando.

Pesam seus ombros
Pisa.
É cor que passou
em sorrisos contidos
Tidos como tristes
- erros em sucessão.

Abraça a memória
Captura uma estrela
Acende um cigarro
- o gosto da juventude -
Vontade de libertação.

Liberta a ação
Já que, sem sonhos,
só deseja adormecer.


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Fernanda de Lima Almada
02 de outubro de 2013
00:28h

*E parabéns, hoje, para mim e meus 27 anos... -_o

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Iminência














Linhas mal traçadas
por mãos e olhos frios
em tranças de curtos fios
inertes.

À minha volta
pouca verdade
Sentir é irrealidade 
Jamais a real idade

E ouço
- é louco!
E penso
- É Pouco!!!

Surto e arrepio -
É o saco cheio desse vazio.
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Fernanda de Lima Almada
27 de setembro de 2013
15:06h

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Triste Amanhã
























Letras que brigam
Lado a lado
formam
transformam
inventam
a fantasia do pensamento
que canta -
triste
inerte
impotente -
ainda o desejo do devir-heroína
Além
muito além do que o espelho reflete
Pó encapsulado
Derrotado.

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Fernanda de Lima Almada
25 de setembro de 2013
20:35h

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

TROCA

















Vai
Corre
Convoca
Empresta o que não tem
além da cota
Escuta
Toca
- e autoataca.

Cata o que lhe resta
- oca - 
soca no bolso
taca na cama
- oculta.

Fecha a boca
engole seco
contorna a forca

mas o amanhã cerca
teima
acoberta
Provoca.

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Fernanda de Lima Almada
09 de setembro de 2013
20:32h

domingo, 8 de setembro de 2013

(Meu Des)encanto














Peito que dói.
Suspiro apertado
quente
demente
sentindo o peso do corpo
- vagão de um trem morto
no trilho escuro e sem volta -
brilha sozinha nas noites
e nos dias vence os açoites
com sorriso de força cósmica
que deixa a garganta ácida.

Energia dionisíaca que lhe falta.

Apolínea
hoje chora em companhia.

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Fernanda de Lima Almada

08 de setembro de 2013
20:51h

domingo, 18 de agosto de 2013

Silêncio em Suspiro




















Tanta esperança 
em dias escassos.
Muito olhar
pra pouca paixão...

Delicadeza 
apenas nas nuvens...
Calor
só esse que sopro nas mãos.

Brilho?
Falta nos olhos... no sorriso...
e hoje não tenho estrelas.

No sonho de ser livre
me perco
na criança em mim
estou salva!

E enquanto milhões sorriem 
por ter, por acaso e por nada 
eu só quero ouvir a chuva na janela.

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Fernanda de Lima Almada
Araxá, 18 de agosto de 2013
21:21h

Sasuke























Aconchegou-se como quem se abriga
Com a delicadeza de brisa outonal...
e há quem friamente diga
ser apenas astúcia animal.

Com a cor da noite desfila serene
e exibe nos olhos o brilho da lua,
diferente dessa minha raça
que atua!

Cuida até quando pede colo...
E é compartilhado esse calor
É respeito
É carinho
É Amor.

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Fernanda de Lima Almada
11 de agosto de 2013*
23:43h
*Dia em que Sasuke e eu completamos um ano de vida compartilhada.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

ACIMA DOS OMBROS












Segue no ritmo do silêncio
- essa majestosa melodia.
Essência vazia
do tempo que arde.

Mas não deve ser tarde
para se lembrar do mestre: 
- ao dizer em tom de feitiço -
"Só se associa a um tirano
um corpo submisso".
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Fernanda de Lima Almada 
24 de julho de 2013
23:26h

domingo, 14 de julho de 2013

PART-ILHA
















Sente e vê
tão profundos quanto 
aquele leite no pires 
este sorriso e todo encanto.

Desiste da espera.
Deseja partir.

Pra onde ir?

No sonho atravessa oceano...
Acorda e acorda!!!

"É excesso de falta!
Tanta falsa partilha...

De continente
não faço parte.
Sou ilha".


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Fernanda de Lima Almada
14 de julho de 2013
11:11h

quarta-feira, 3 de julho de 2013

In-veja

















Tanta peleja...
Suor que lampeja.
Veja!

E enquanto você boceja
aqui, lacrimeja.
Ah... Seja!

Vê, é...
e escolhe a mesquinhez. 
Algum sentido?
Talvez...
- Sordidez!

In-veja.

A esse falso sorriso amigo,
digo:
"Há algo e alguém além...
além do seu umbigo".

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Fernanda de Lima Almada
02 de julho de 2013
23:59h

sábado, 29 de junho de 2013

Encontro














Suor goteja
no ritmo da melodia.
Reminiscências
do cheiro ao sabor...
Cor...

Pavor e encanto
Saudade e vergonha.
Venha e proponha
esse doce encontro,
sempre encanto,
que só se dá na memória.

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Fernanda de Lima Almada
29 de junho de 2013
22:03h

























Vejo em linha reta
periferia nublada
por olhares cortantes
timbres uivantes.

Inquietude que atravessa
sem conforto ou abraço
É laço
nó que aperta e não segura.


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Fernanda de Lima Almada

10 de junho de 2013
15:49h

domingo, 19 de maio de 2013

Desejo e Utopia




















Já não se vê entre as cores
da realidade embaraçada
em nós de verdade e mentira
Clarões perdidos e ruínas
das próprias construções hipócritas
em firmamento cinza enegrecido.

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Fernanda de Lima Almada

19 de maio de 2013
21:53h

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http://www.recantodasletras.com.br/autores/fernandaalmada

domingo, 14 de abril de 2013

Arrepio















E a imagem em branco e preto
ressalta sombras que se escondiam
atrás da cortina radiante
daquele sorriso usado
mais que o moletom antigo
que hoje não aquece esse ser
morto-vivo
fraco, rouco, pálido,
mas sentindo.



Fernanda de Lima Almada


Araxá, 14 de abril de 2013
00:22h



http://www.recantodasletras.com.br/autores/fernandaalmada

sábado, 6 de abril de 2013

Arquejo




















O tempo atravessa em silêncio
enquanto escuto as cores de ontem
e sinto o cheiro, na margem opaca,
do amanhã que me aperta a garganta.

Já não vejo a poeira entre os livros
quando abraço o barulho das chaves
e tranco esse horror sutil e podre.

E como é ácida a luz estridente
que ensurdece madrugadas eternas.

Ah... não raras...

Portas pesadas.
Salas vazias.

É meu pulso.
...
Idiosincrasias.



Fernanda de Lima Almada
06 de abril de 2013
21:58h

sábado, 2 de março de 2013

Tormenta
























Dia cinza.
Lá fora
Nuvens
aqui dentro
impossível enxergar.

Grito em silêncio.
Emudeço o eco.

Mais um
e é só um.

Desço
o ego.


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Fernanda de Lima Almada
02 de março de 2013
17:14h

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Ah, abram-me outra realidade!





















Ah, abram-me outra realidade!
Quero ter, como Blake, a contiguidade dos anjos
E ter visões por almoço.
Quero encontrar as fadas na rua!
Quero desimaginar-me deste mundo feito com garras,
Desta civilização feita com pregos.
Quero viver como uma bandeira à brisa,
Símbolo de qualquer coisa no alto de uma coisa qualquer!
Depois encerrem-me onde queiram.
Meu coração verdadeiro continuará velando
Pano brasonado a esfinges,
No alto do mastro das visões
Aos quatro ventos do Mistério.
O Norte — o que todos querem
O Sul — o que todos desejam
O Este — de onde tudo vem
O Oeste — aonde tudo finda
— Os quatro ventos do místico ar da civilização
— Os quatro modos de não ter razão, e de entender o mundo.

4/4/1929
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Obra poética IV
Poemas de Álvaro de Campos
P. 189

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Palerma














Ar quente na garganta
diz aos olhos: Ardam!
Conflagrem a chama indelével!

Sufoca a brasa ao redor
Afronta o toque intenso
do coração afoito de satisfação,
força/vida, potência de se ser,
sedento de desejos alienígenas.
Reservado mundo de sonhos possíveis!

Mas, impetuoso,
livre do medo,
abre asas e contraria.

Triste sabor
do retorno inevitável.

Aflito.
Em febre reencontra o conflito.
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Fernanda de Lima Almada
24 de janeiro de 2012

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

" I'm going to better days... "






















Sol amigável, chuva branda...
Lua clara, noite escura...
E assim seguem os dias
iguais aos que eu nunca pensei
diferentes dos que nunca soube viver.
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DOIS MESES! Dois meses se passaram!
E estou aqui firme e forte, "hematoma subdural agudo" idiota!

>;-)

"AND I'M GOING TO BETTER DAYS..." ;D