quarta-feira, 18 de maio de 2016

Diário de Luta













Na penumbra do quarto escuro
sujo, úmido e solitário...
Vi passarem nas frestas as sombras...
Essas sim fantasmagóricas.

Delírio é a camisa de força que não permite criar.
Doidice é o muro alto que não tolera a beleza do mundo e o perfume das flores...
Desvario é a impessoalidade...
Alucinação é a solidão!
Um aglomerado de puro desatino!

E quando ouço, é nítido.
E quando vejo, é claro.
E quanto sinto, é além...

Aquele frio que enlaçava e cortava os pulsos
hoje é calor humano que aqui conforta e liberta.
E daquele instante de loucura destrutiva
agora se dá a vida, a paixão e a criação...

E eu, dono de mim,
componho com tinta, papel, música e poesia
dias cada vez mais leves, livres e coloridos.

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Fernanda de Lima Almada
17 de maio de 2010
(e hoje e sempre!)

domingo, 10 de janeiro de 2016

MuDANÇA de OlhAR
























Sons e ventos
e a força tosca
de fiéis escurece_dores de cores,
Como espelho sujo
de reflexo enegrecido e fraqueza.
(Franqueza? Não, não...)

Basta!
Suspende o ato ilícito.
Suspende-se da cova!

"Covardia" - pensou.
A cova ardia!

"Adia a ação."
"Afia a língua."
(Agia em consonância)

Mas a ânsia ainda subia na garganta
(Como nada encanta?)

A dor era sim uma escolha.

"Recolha".

Expulsou e pulsou vida.
E em cada folha e verde
pôde ver, de longe,
repúdio ao discurso desdém
Daquele que se vê melhor e além
por vomitar ódio e reclamações vazias.

Eu?
Prefiro declamações!
Poesias!

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Fernanda de Lima Almada
Uberaba, 10 de janeiro de 2016