Ainda que movendo moinhos “desletrados”
valendo-me da fábrica do trabalho comum
confesso um eu triste.
Melancolia da solidão...
Abandonaram-me.
Foram embora as palavras e cadências...
o ritmo e a rima...
Nunca vesti a blusa amarela de Maiakovski...
E, sem dizer adeus,
vi partir aquela qualidade de “poeta operário”.
Não mais em mim encontro o atributo...
para a beleza e a suavidade da poesia...
A ausência...
Angústia da carência do verso.
Falta-me o verbo.
Excedem-me as lágrimas.
Não gosto de espadas e dragões...
Prefiro esperar pelo mais logo sentir num abraço
o perfume de suas asas de anjo-poeta.
13 de dezembro de 2010
10:34h
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